sábado, 5 de novembro de 2011

Esportes Radicais



Skate é um esporte radical muito praticado atualmente. Consiste em, realizar manobras deslizando sobre o solo (com ou sem obstáculos) equilibrando-se sobre o skate. O skate é uma prancha (shape) que possui dois eixos (trucks), rolamentos e quatro pequenas rodas.
Mais do que um esporte, o skate tornou-se um estilo de vida. Os skatistas usam roupas características, tem suas próprias gírias e costumes.

O skate surgiu na Califórnia, Estados Unidos, nos anos 60. Foi inventado por alguns surfistas, como uma brincadeira para um dia no qual não havia ondas no mar. Eles utilizaram rodinhas de patins.

Já em 1965 foram fabricados os primeiros skates e realizados os primeiros campeonatos.

Mas o esporte só ganhou o mundo nos anos 90, quando o norte-americano Tony Hawk realizou uma revolução com seus aéreos e flips. Tony Hawk é considerado, até hoje, o maior skatista de todos os tempos.

O skate é praticado pelas ruas do mundo todo, ou em ligares específicos, como os skate parks.

É essencial a utilização de equipamentos de segurança como o capacete, joelheira e cotoveleira para o mínimo de proteção em caso de quedas.
Existem as seguintes modalidades para a prática do skate:

- Freestyle – manobras feitas em sequência, no chão.

- Down Hill – descida de ladeiras na maior velocidade possível.

- Downhill Slide – descida de ladeiras em alta velocidade, realizando manobras de derrapagem.

- Vertical – é praticada em pista, e pode ser subdividida em outras modalidades, variando sempre as condições da pista. As manobras podem ser aéreas ou deslizando pela borda metálica da pista.

- Street Style (skate de rua) – na modalidade mais praticada em todo o mundo, os bancos, corrimões, escadas das ruas das cidades são utilizadas como obstáculos para o skate.

- Mini-rampas – práticado em rampa que mistura os estilo Street e Vertical (paredes pouco inclinadas).

Nas competições, só existem duas categorias: a Street (circuito com obstáculos) e a Half Pipe (rampa em formato de “U”). As manobras são avaliadas por juizes que atribuem notas considerando a dificuldade e a desenvoltura das manobras realizadas.

Geralmente as competições duram dois dias, sendo que no primeiro dia acontece à fase classificatória e no segundo, os melhores skatistas tem duas chances de realizar suas manobras. Aquele que somar mais pontos na mesma volta vence.

A partir dos anos 90, os brasileiros tem tido destaque internacional nas competições. O primeiro grande destaque foi Bob Burnquist.

Atualmente, o skatista brasileiro de maior destaque é Sandro “Mineirinho” Dias, tetracampeão mundial de skate vertical (2003, 2004, 2005 e 2006).

Ser campeão no UFC não é o desafio mais difícil da vida de Júnior 'Cigano'
05 Nov 2011 . 11:55 h . Agência O Globo . portal@d24am.com

Júnior 'Cigano' dos Santos vai desafiar o campeão dos pesos pesados, o norte-americano Cain Velasquez, na semana que vem.




Rio de Janeiro - Cigano dos octógonos, o filho mais velho da faxineira Maria de Lourdes Almeida jamais teve medo de batalhar. Mas tão equivocado quanto imaginar que o apelido que hoje dá fama mundial ao catarinense Júnior dos Santos tem a ver com uma rotina nômade é achar que o sonhado direito de disputar o cinturão dos pesos-pesados do UFC, no próximo sábado, contra o campeão norte-americano Cain Velásquez, em San José, na Califórnia, coroa uma vida inteira dedicada às artes marciais.

Bem antes de ganhar a vida nocauteando adversários, Cigano, 27 anos, apanhou muito da vida para garantir o sustento familiar. Radicado em Salvador, o lutador nasceu e foi criado no município de Caçador, um dos centros da indústria madeireira catarinense, a cerca de 400km de Florianópolis. Aos 10 anos, já vendia picolé na vizinhança.

“Juninho”, como a mãe até hoje o chama carinhosamente, foi também entregador de jornal, servente, ajudante de pedreiro, carregador de caminhões e cortador de madeiras numa fábrica. Trabalhava o dia inteiro e à noite estudava. Quando veio a maioridade, deixou a terra-natal pela primeira vez e foi a Curitiba em busca de um grande sonho: seguir a carreira militar. Ironia do destino, um dos mais respeitados lutadores do planeta na atualidade foi reprovado no exame médico das Forças Armadas:

— Eu me alistei em Curitiba porque havia mais vagas para soldados e achei que seria mais fácil. Meu sonho era entrar para o Exército. Mas fui reprovado pelo dentista, porque tinha um dente com cárie.

De volta à terra natal, Júnior dos Santos se viu seduzido pela vida bem longe dali. Dois amigos já viviam em Salvador e ele enxergou nova oportunidade de buscar um futuro melhor. Mas, por uma falha em geografia, a viagem ganhou contornos dramáticos.

— Achei que a distância de Caçador para São Paulo, onde peguei o segundo ônibus, fosse maior do que a de São Paulo a Salvador. Resultado: acabei gastando quase todas as minhas economias para não passar fome na viagem. Cheguei à Bahia no dia 19 de dezembro de 2002, com R$ 80 no bolso e sem ter para onde ir — conta.

Assim que desembarcou, foi direto para a churrascaria onde um dos amigos trabalhava e conseguiu emprego de lavador de pratos. Em pouco tempo, foi promovido a garçom:

— Trabalhava 12 horas todo dia e ganhava R$ 250 por mês. Só dava para o aluguel do quarto. A sorte é que eu almoçava e jantava no trabalho.

Depois de quatro meses, mudou de restaurante e acabou conhecendo a mulher, a arquiteta baiana Vilsana, que almoçava com a família. Quando foram morar juntos, o lutador passou a trabalhar na loja de brinquedos da cara-metade.

Por incrível que pareça, tatames, ringues e octógonos só entraram na vida há seis anos e por pura vaidade. Hoje, com 109kg de músculos distribuídos em 1,93m de estatura, Cigano pesava 112kg em 2005, mas, como ele próprio define, era “pura banha”.

— Entrei na academia porque estava gordinho. Comecei a malhar e conheci meu mestre de jiu-jítsu, Yuri Carlton, que meio que me adotou como um segundo pai. Naquela época, já era fã do Minotauro, mas jamais me imaginei competindo — conta.

Foi de quimono que ganhou o apelido, inspirado no Cigano Igor, personagem do criticado ator Ricardo Macchi, na novela “Explode Coração”.

—Tinha cabelo grande e o amarrava para treinar jiu-jítsu. O pessoal passou a me chamar de Cigano. Como eu não gostava, aí é que pegou mesmo — diverte-se o lutador, que hoje exibe uma acentuada calvície. — Os cabelos já caíram, mas o apelido ficou de vez.

Ainda faixa branca, Júnior já treinava com a equipe de MMA de Carlton e foi apresentado pelo mestre a Luiz Dórea, técnico da seleção brasileira de boxe e treinador de Acelino "Popó" Freitas e Minotauro, entre outros. Depois de um período em que teve de ser sustentado pela mulher para se dedicar aos treinos, enfim Cigano abriu as portas de sua mais recente profissão.

A primeira de suas 14 lutas no MMA (com 13 vitórias e apenas uma derrota) aconteceu em julho de 2006, no Demo Fight, contra Jailson dos Santos (nocaute técnico). Cigano ingressou no UFC em outubro de 2006 e está invicto no evento, com sete vitórias, a última delas em junho, sobre o norte-americano Shane Carwin, por decisão unânime dos juízes.

No início do ano, ele virou ídolo da modalidade ao ser escalado como um dos treinadores do "reality show" do UFC, “The Ultimate Fighter”. Agora, será o primeiro a ter a chance de tirar o cinturão de Cain Velásquez. Para quem teve de deixar as brincadeiras de infância de lado para garantir o pão na mesa familiar, o desafio nem parece tão assustador.

— Para mim, é só mais um obstáculo que terei de superar na vida — resume o trabalhador Júnior dos Santos.